sábado, 9 de maio de 2015

Mães que têm o privilégio de trabalhar com os filhos


Dependendo da rotina familiar, muitas mães só chegam em casa a tempo de dar boa noite para os seus filhos, ajudar na tarefa da escola e esperar o fim de semana para curti-los. Porém, algumas têm o privilégio de trabalhar com seus filhos diariamente e acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um.

Na empresa de alimentos Granfino Silvia Coelho Lantimant, que preside o conselho da indústria, trabalha a um andar de distância de seu filho, Felipe Lantimant, gerente de Marketing. Silvia conta que como mãe sempre estimulou a independência profissional do filho. “Quando o Felipe optou pelo Marketing ele quis se jogar no mercado e eu apoiei. Só depois de três anos ele resolveu aceitar o convite do avô, Sylvio Coelho, fundador da empresa, para trabalhar no reposicionamento da marca e do negócio no mercado. Como ele já tinha experiência na área, se rendeu ao convite no intuito de ajudar o avô. Com o passar do tempo, ele acabou gostando e continuou com a gente. Eu fiquei feliz, claro! Que mãe não quer ter seu filho pertinho por mais tempo?” conta. Para Silvia, trabalhar com seu filho é um privilégio, pois, assim ela consegue participar ativamente não só da rotina, mas também de momentos importantes, como o nascimento da primeira neta, por exemplo. “Sempre que ele recebia uma novidade sobre a gravidez da minha nora eu ficava sabendo em primeira mão, foi uma delícia!”, diz.

A rotina empresarial é cansativa e exige muita dedicação, principalmente quando o negócio é familiar, afinal já diz o ditado que “o olho do dono que engorda o gado”. Mas algumas mulheres optaram por trabalhar em empregos que exigem muita disponibilidade para viagens, ou mudanças constantes de cidade por longos períodos. É o caso das mães que trabalham no circo.

A trupe Circo dos Sonhos, da família Jardim, tem cinco mães sortudas que trabalham com o que gostam e estão permanentemente com os filhos. E a única forma que elas encontraram de ter um marido que aceite esse estilo de vida foi casar com... outro artista de circo, na verdade do mesmo circo, para viajarem juntos. É o caso da ex-equilibrista e atual diretora de duas tendas da trupe - uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo - Rosana Jardim, casada com o primogênito, Luiz Jardim, um dos filhos do fundador, o Luizão. “O circo está sempre na nossa vida e quem nasce nele carrega no DNA”. Os dois filhos de Rosana trabalham na lona: Rody é o produtor executivo e Lyege seguiu os passos da mãe até 2009, trabalhando como equilibrista e acrobata, mas atualmente é advogada. “É bom estar por perto, sempre temos assuntos para conversar e a amizade que construímos é muito sólida”, conta Rosana, atualmente gerenciando a lona do Rio, que fica montada no ParkShoppingCampoGrande até maio, com o espetáculo “No Mundo da Fantasia”.

A gerente administrativa, Bety Jardim, é outra mãe nascida e criada no circo, com duas filhas no espetáculo do Rio: Rafaela, que é acrobata e Marcela, bailarina. “Participar da rotina das minhas filhas é muito gostoso, principalmente acompanhar a evolução delas assim tão de pertinho. A Rafaela, por exemplo, está ensaiando um novo número, com arames e Marcela está ensaiando com a ajuda da irmã para virar acrobata também. É emocionante”, diz.

Há o caso de três gerações trabalhando juntas, como o da acrobata e bailarina, Ornela Baptistela. Ela nasceu no circo e vive com a mãe Adriana Peires, que é produtora do espetáculo, e a sua filha de seis anos. “Minha filha Larissa adora viver aqui, ela está sempre brincando. Fala que quer ser como eu e fazer números na lira. Ela aprende desde cedo que precisa ensaiar bastante e estudar direitinho para conseguir ser uma verdadeira artista”.

Nem para amamentar seu bebê, a bailarina e acrobata, Ingrid dos Santos, precisa parar de trabalhar. Sobra tempo para curtir seus três filhos e ainda conta com a ajuda constante do pai na criação dos meninos, pois seu marido, Arturo Ricardo Caceres, é contorcionista. “A vida no circo é muito boa. Já tivemos a oportunidade de viver em um lugar fixo, mas não nos agradou. Trabalhar com o que gostamos e ainda por cima poder viajar, conhecer e mostrar lugares diferentes e lindos para as crianças é um privilégio”.

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